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A Legião de Charrúa da Microsoft

9/08/16

Este ano, catorze parceiros comerciais participaram do WPC da Microsoft em Toronto.
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Apoiados por uma forte cultura de colaboração e apoio governamental consistente - o incentivo ao desenvolvimento tecnológico é uma política estatal saudável, os parceiros uruguaios da Microsoft conquistaram algumas cúpulas que, de outra forma, teriam sido impossíveis de alcançar. Este ano, catorze parceiros comerciais participaram do WPC que a Microsoft realizou em Toronto. O ITSitio.com conversou com alguns deles para desvendar o segredo de seu sucesso.

 

No ano passado, foram doze. Em 2016, a Microsoft WPC realizada em Toronto, Canadá, recebeu 14 parceiros comerciais do Uruguai: quase 3% dos quase 500 parceiros que a marca tem naquele país. "Isso tem a ver com a relativa participação que nossos parceiros comerciais têm nos negócios da Microsoft no Uruguai -explica Rodrigo Astiazarán, gerente geral da Microsoft Uruguai-. Historicamente, o Uruguai tem sido um país exportador de software, e tem se destacado por seu talento na indústria de tecnologia. O fato de haver tantos parceiros em termos relativos em comparação com o resto dos países, com populações maiores, tem a ver com a importância que esses parceiros vêem em nossa plataforma de negócios para desenvolver e aprimorar suas próprias soluções".

 

Participar do WPC significa para esses parceiros comerciais a possibilidade de interagir com seus pares, de modo que a oferta de soluções e serviços transcenda as fronteiras. Na verdade, muitos parceiros Microsoft uruguaios já estão trabalhando nos Estados Unidos e nos mercados mais desenvolvidos. Nesta ordem, Astiazarán destaca o grau de comprometimento que a delegação uruguaia tinha em Toronto.

 

"Investir esse nível de energia, terminando o dia extremamente esgotado depois de tantas reuniões, também tem a ver com a seriedade e o compromisso que os parceiros têm com a marca e com o evento" - Rodrigo Astiazarán.

 

COLABORAÇÃO E BUSCA DE TALENTOS

 

"Há um sentimento de trabalho em equipe e colaboração no Uruguai entre os parceiros Microsoft. Não sei quanto disso é replicado em outros países, mas é muito real no Uruguai. E de fato coisas muito interessantes surgiram nos últimos anos ligadas a esse sentimento, e muito relacionadas ao WPC", diz Julio Fitipaldo, CEO da Nublit, e um dos diretores da MaS Soluciones: um coletivo que inclui Nublit, Arkano, AT, Pyxis e UruIT.

 

A MaS Soluciones foi escolhida este ano pela Microsoft como Parceira do Ano em escala nacional. O segredo de seu sucesso tem muito a ver com este espírito de colaboração e complementaridade mencionado acima. Hoje as cinco empresas que compõem um ecossistema de mais de 300 pessoas, e a organização trabalha para as principais empresas e organizações uruguaias, exportando sua expertise para quinze países da América e Europa.

 

Desta forma, a MaS faz parte de uma tradição de excelência tecnológica em software. Atualmente, o país é o terceiro maior exportador de software per capita, atrás do Chile e da Costa Rica, e até dois anos atrás era o primeiro. As vendas de software hoje representam 1,82% do PIB do Uruguai, e em 2020 as exportações devem chegar a US$1 bilhão (em 2013 foram de US$300 milhões). Juan Suárez, outro dos diretores da MaS Soluciones, e também diretor da Arkano Software, explica que a barreira para um maior crescimento é a disponibilidade de "talentos". As empresas estão trabalhando para incentivar os jovens a entrar na indústria", diz ele. Ao mesmo tempo, cada uma destas empresas "está trazendo profissionais do exterior, em particular, há muitos profissionais da Venezuela, Cuba e até mesmo da Argentina, que estão se mudando para o Uruguai". E também está acontecendo que as empresas uruguaias estão abrindo filiais no exterior, gerando uma base para a contratação de talentos e a partir daí exportam soluções para outros países". Para prova é suficiente um botão. Arkano nasceu em Montevidéu há nove anos, com um forte foco nas plataformas de desenvolvimento da Microsoft, e nos últimos três anos teve uma filial no Chile. No UruIT - outro dos parceiros da MaS Soluciones - quatro dos 60 funcionários são cubanos. 

 

Para Osvaldo Pais, outro membro da MaS Soluciones, na época também diretor da Pyxis, não há apenas complementaridade, mas também colaboração, mesmo em linhas de soluções Microsoft nas quais as empresas membros da MaS competem. "Isto explica um pouco da maturidade que alcançamos após alguns anos de trabalho conjunto com os clientes". Para o cliente, há um único ponto de contato, e nos encarregamos de fornecer os melhores recursos para cada uma de suas necessidades. Esta é a força que o grupo tem e por que avançou após alguns anos de intenso trabalho", reitera ele.

 

 

O prêmio de Parceiro do Ano veio para a MaS em um momento especial. Outro dos diretores, Marcelo Mazzilli, da AT, considera que após dois anos a MaS "deve continuar a fortalecer e consolidar a entrega de valor que temos de forma unificada e padronizada para que o cliente possa sentir que podemos contar toda a história da Microsoft". É claro que, atualmente, a Microsoft está se concentrando na nuvem, bem como nos ISVs, linhas com as quais a MaS coincide estrategicamente.

 

ECOSSISTEMA MADURO

 

Nicolás Rostán é gerente da Netviax Solutions e é rápido em esclarecer que ele não faz parte da MaS Soluciones. No entanto, trabalhamos com eles", ele aponta, e encontra neste fato uma chave importante para a maturidade do ecossistema parceiro no Uruguai: "Não estamos preocupados em dividir o bolo, mas queremos torná-lo maior. Esse é o espírito. Acrescentamos concorrentes, mas sabemos que podemos ter acesso a um mercado maior e mais interessante.

 

A Netviax tem dois grandes motores de crescimento, e em um deles ela se reconhece como "dependente da Microsoft". "A Netviax começou a vender uma solução para o segmento vertical do Turismo, com toda sua instalação no local. E quando quiseram vender essa solução no exterior, puderam fazê-lo graças à Microsoft e à escalabilidade que essa parceria nos permitiu. Conseguimos implementá-la muito rapidamente e sem ter grandes habilidades técnicas no nível da infra-estrutura. Isso nos permitiu desenvolver o mercado na Argentina, onde hoje temos a maior parte do volume de negócios. Quarenta por cento das emissões atmosféricas da Argentina passam por nosso motor de regras", assegura ele.

 

Para tudo relacionado à infra-estrutura, a Netviax conta com outros parceiros. "O mercado uruguaio não nos permite nos especializar em todos os tópicos, por isso tentamos agregar valor em um tópico, para sermos bons nisso, e para o resto confiamos em outros. O WPC nos ajuda a consolidar essas relações", diz Rostán.

 

POLÍTICA ESTATAL, POLÍTICA DE FORNECEDORES

 

Para Astiazarán, da Microsoft, os resultados do trabalho da Microsoft no Uruguai têm sido muito bons. "Nos últimos cinco anos, conseguimos dobrar nosso faturamento, impulsionados por nossos parceiros comerciais, pelas novas soluções que estavam surgindo no mercado e acompanhando as novas plataformas que a Microsoft propunha e que permitiram aos parceiros diversificar cada vez mais".

 

O fornecedor, que tem vinte pessoas no Uruguai, procura que seus parceiros comerciais trabalhem de forma independente. "Da empresa, procuramos ajudar nossos parceiros a ter mais elementos para desenvolver estas iniciativas individuais, desenvolvidas com autonomia". Para isso, fornece recursos de treinamento a partir da nuvem, apóia parceiros na criação e fornecimento de soluções (com planos de contas e soluções específicas para cada segmento vertical) e foca na inovação. "Nossa abordagem tem a ver com o Uruguai continuar a se posicionar em aspectos mais relacionados à inovação. Estes parceiros são bons exemplos de projetos de inovação. E esse também é o nosso foco.

 

Mazzilli reconhece que o Uruguai não escapa do contexto do que está acontecendo na região. "Sem dúvida, o Uruguai está em um processo em que há uma desaceleração em comparação com como foi nos anos anteriores. E isto tem um impacto direto nos negócios. Isso se reflete no fato de que certas empresas foram desaceleradas e outras foram adiadas, não canceladas, mas adiadas para o futuro".

 

Apesar disso, os parceiros comerciais uruguaios estão se expandindo. Fitipaldo explica que há apoio governamental em diferentes iniciativas que têm a ver com o desenvolvimento de empresas de tecnologia. "Existem programas de apoio que são interessantes e que nos permitem gerar inovação, desenvolver produtos, incorporar recursos do exterior com certas capacidades específicas que podem agregar muito valor àquele negócio, e também no processo de internacionalização. Muitas empresas uruguaias estão apostando em trabalhar em outros mercados e comercializar seus produtos ou serviços fora do Uruguai. Há ferramentas fornecidas pelo governo que lhes permitem desenvolver tudo isso". 

 

Suárez explica que uma das agências que realiza este tipo de iniciativas é o Uruguai XXI. Ela não só ajuda na incorporação de recursos e na promoção da internacionalização. "Vários de nós obtivemos subsídios para participar deste evento (o WPC), apoiado por uma área dentro do Uruguai XXI chamada ProExport. E existe a ANII (Agência Nacional de Pesquisa e Inovação), que apóia a criação de inovação no país, onde a tecnologia desempenha um papel muito importante. Em particular, Arkano foi um beneficiário da ANII para abrir uma filial no Chile. A ANII concedeu um empréstimo em condições favoráveis, que só é reembolsado se a empresa for bem sucedida em seu processo de internacionalização. "Eles nos emprestaram cerca de US$ 300.000, que estamos pagando hoje". Assim, o país assume o risco junto com os empresários. Por outro lado, certos serviços exportados do Uruguai estão isentos do pagamento do imposto de renda.

 

Este apoio também se manifesta na criação de novas empresas. Na mesma linha da MaS, Pyxis, UruIT e Arkano formaram o Conexio, ligado ao mundo Adobe. "Esta empresa tem hoje cerca de 25 pessoas, mas o pontapé inicial, o investimento inicial, foi compartilhado entre o Uruguai XXI e os parceiros neste empreendimento", diz Suárez. Pais acrescenta que o Uruguai XXI também oferece subsídios para o treinamento de funcionários dentro das organizações. "Na Pyxis apresentamos planos de treinamento em inglês, e o Uruguai XXI subsidiou 50%. Isto é importante, especialmente em inglês, para a internacionalização das empresas. Mas isso também acontece em outras áreas".

 

Para Fitipaldo, o desenvolvimento de soluções de valor foi um dos temas quentes do WPC. "Há um enorme foco nos ISVs, e a Microsoft está se posicionando como uma plataforma que permitirá aos parceiros, por um lado, consumir os recursos tecnológicos necessários para desenvolver estes nichos ou soluções de valor para certos tipos de clientes e, por outro lado, como um facilitador para a comercialização destas soluções e para alcançar o cliente final", diz ele.

 

Fonte: ITSitio.com

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