Buscando contribuir com informações relevantes para tomar as melhores decisões ao projetar e implementar campanhas on-line, a Câmara de Economia Digital do Uruguai (CEDU) publicou o relatório "Tendências do Consumo Digital", que tem como objetivo entender os hábitos de consumo dos uruguaios através de plataformas de comércio eletrônico.
A complexa situação sanitária atual levou uma grande parte da população a ficar em casa e evitar sair para fazer compras, seguindo as recomendações feitas pelo governo para reduzir a propagação do coronavírus (COVID-19). Esta situação resultou em um aumento do comércio digital, que se tornou de vital importância nos últimos tempos, pois é uma forma simples, fácil e segura de adquirir produtos e serviços.
Nesse sentido, o CEDU decidiu tornar público este documento, que antes só estava disponível para seus parceiros, a fim de incentivar as empresas a desenvolverem e executarem campanhas online bem sucedidas e a melhorarem suas vendas digitais. "A situação que vivemos hoje no país com esta pandemia deixou claro como é importante prestar atenção aos canais de venda on-line e se preparar da maneira mais profissional possível. Por causa disso, a partir do CEDU entendemos que era necessário trazer este material valioso para todo o ecossistema empresarial", disse Guillermo Varela, presidente do CEDU.
A edição de 2019 deste estudo analisa o comportamento dos usuários da Internet, avaliando o que eles procuram na Internet, o que compram, onde o fazem, como pagam e que aspectos os impedem de fazer compras on-line, bem como que fatores os motivam a fazê-las. Além disso, ela aborda especialmente o consumo digital da população adulta.
O relatório conclui que o acesso à Internet no Uruguai aumentou exponencialmente nos últimos anos, sendo também o país com a maior velocidade da região, que junto com a facilidade de aquisição de um smartphone e a conveniência proporcionada por este modo de compra, aumentaram o comércio digital localmente, levando até mesmo as empresas mais tradicionais a se adaptarem a esta nova forma de oferecer seus produtos e serviços.
Quase toda a população adulta (90%) usa um smartphone, seguido por um notebook (58%) e muitos deles intercalam o uso desses dispositivos. Entretanto, apenas 7% não têm acesso a nenhuma dessas tecnologias: a maioria delas tem mais de 60 anos de idade e tem menos anos de educação formal.
Por outro lado, as compras on-line de produtos e serviços são mais comuns entre os menores de 40 anos, que tendem a ser os "nativos digitais". Conveniência e praticidade são os principais motivadores para compras on-line, superando outras razões como preço, variedade e acessibilidade econômica.
Além disso, três em cada quatro usuários da Internet usam seus telefones celulares ao pesquisar e consumir on-line, mas quase metade daqueles com mais de 60 anos usa outros dispositivos.
75% das compras individuais são feitas em mercados ou em lojas on-line locais. Quase todos eles pesquisaram em mercados nacionais, enquanto seis em cada dez usuários da Internet pesquisaram em mercados estrangeiros. Por outro lado, sete em cada dez pesquisaram em lojas on-line no país, em comparação com quatro em cada dez que o fizeram em lojas ou sites on-line no exterior.
Em referência à taxa de conclusão, o relatório revela que ela é maior nos websites locais. Nesse sentido, 84% dos que consultaram os mercados uruguaios fizeram pelo menos uma compra, enquanto nos mercados estrangeiros apenas 64% dos que os consultaram acabaram comprando.
38% das compras internacionais foram feitas em mercados e 20% em uma loja on-line. Entretanto, os consumidores digitais tendem a fazer o maior número de compras localmente. Metade delas fez pelo menos quatro transações nos últimos 12 meses e apenas 18% compraram com essa freqüência no exterior.
Quanto à idade, os compradores mais freqüentes têm entre 30 e 39 anos de idade. Roupas, calçados e acessórios, transporte, entrega de alimentos e ingressos para shows são as categorias que registram mais vendas. No exterior, por sua vez, são compartilhados principalmente os dois primeiros itens e, em menor grau, as passagens, hotéis e eletrônicos.
O estudo também aponta que a quantidade do último consumo de Internet é muito variada. No Uruguai, 39% gastaram até 30 dólares; 31% entre 31 e 150 dólares; e 14% a mais de 150 dólares. No estrangeiro, apenas 10% gastaram até US$ 30; 20% entre US$ 31 e US$ 150; e 22% mais de US$ 150.
Vale notar que aproximadamente metade do consumo digital é pago com cartões de crédito e quase outro trimestre com cartões de débito ou pré-pagos.
Finalmente, o relatório revela que a falta de confiança no recebimento do produto prometido, no pagamento digital ou no próprio sistema é o principal inibidor das compras por este meio. A dificuldade de encontrar o que você está procurando e não ter os meios de pagamento necessários para completar a transação, são os outros elementos mais mencionados.
O documento também destaca que 29% dos internautas pesquisados comprariam mais se recebessem o que compraram em um período de tempo mais curto; 32% fariam mais transações se tivessem mais financiamento, e 45% certamente comprariam mais se pudessem se arrepender.
Os dados acima correspondem às principais conclusões encontradas no documento "Digital Consumer Trends 2019", que o CEDU compartilha com empresas a fim de colaborar com o planejamento de suas estratégias de marketing digital. Na mesma linha, na quinta-feira, 26 de março, organizará o seminário online intitulado "Dicas para ter em mente o desenvolvimento de uma loja online". A atividade será gratuita com registro prévio através do site www.cedu.org.uy .
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