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Um sino digital para ovelhas ganhou a Agro del Prado hackathon

28/09/16

O Vigiator foi premiado na primeira Agro Hackathon, organizada pela CUTI, ARU e a Embaixada Britânica.
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O roubo de gado, além dos predadores que matam ovelhas, são problemas enfrentados diariamente por vários produtores de ovinos no Uruguai. Para resolver este problema, a equipe vencedora da primeira Agro-Hackathon da Expo Prado - que aconteceu nos dias 17 e 18 de setembro - desenvolveu um aplicativo que conecta um telefone celular que pendura do pescoço da ovelha que comanda o rebanho - como um vaqueiro - e que, em caso de movimentação do animal, envia um alerta para o aplicativo de telefone celular do produtor ou da pessoa encarregada de monitorar os animais.

 

Vigiator é o nome do empreendimento liderado pela estudante de Agronomia Lucía San Román e pelos sócios e diretores da Jalumar - uma empresa dedicada ao desenvolvimento de aplicações Android - Martín Alurralde e Sergio Gorrochategui. O prêmio que receberam por ganharem a maratona é uma viagem à REAP Confference na Inglaterra, onde podem aprender sobre as últimas tendências em tecnologia aplicada à agricultura.

 

 

Com exceção de Alurralde e Gorrochategui -que trabalham na mesma empresa-, a equipe de Vigiadores se reuniu na Hackathon. Dois dias após o término, eles já se reuniram com algumas pessoas interessadas em apoiar o desenvolvimento da aplicação, como a Central Lanera, que reúne os produtores de lã do país.

 

Durante a Hackathon, a equipe se complementou muito bem. San Román contribuiu com seu conhecimento do setor agrícola, Alurralde foi responsável pelo desenvolvimento do aplicativo e Gorrochategui contribuiu com a parte comercial.

 

O desenvolvimento do projeto no contexto da Expo Prado facilitou a visão dos pastores e produtores que estavam no local. "A necessidade já estava presente; tínhamos que encontrar uma maneira de desenvolvê-la. Começamos a conversar com os pastores para ouvi-los", disse Gorrochategui.

 

 

Enquanto isso, Alurralde explicou que o diálogo com os cabañeros lhes permitiu "trazer à terra" o projeto. "Eles nos disseram que o máximo que já tinham visto era um pequeno sino; este é um sino de vaca digital. Eles costumavam ouvir as ovelhas durante toda a noite. Queremos ter uma parte mais social, onde com o apertar de um botão ele alerta o resto dos vizinhos para estarem atentos", explicou ele.

 

Outra das funções previstas é a possibilidade de fazer um relatório digital diretamente do aplicativo, em caso de tentativa ou roubo real. Tem outras opções, tais como ativar o microfone do telefone celular que a ovelha tem no pescoço e emitir um som com um tiro para assustar o predador.

 

A equipe Vigiator viajará para a Inglaterra em 7 de novembro, com a esperança de chegar a essa data com um protótipo mais avançado, já que a idéia dos parceiros é avançar com o empreendimento. Por sua vez, a membro feminina da equipe, Lucía San Román, disse que era importante saber se a pessoa encarregada de monitorar o gado estaria disposta a usar este tipo de tecnologia através de um aplicativo smartphone. "Queríamos que o dispositivo tivesse funções complexas, mas queríamos que fosse simples para o produtor usar", disse San Román.

 

"Há experiências de uso da tecnologia na agricultura reconhecidas mundialmente, como a rastreabilidade". Leonardo Loureiro, VP da Comissão de Mercados Globais da Cuti.

 

Resultados da experiência

A primeira Hackathon Agro, organizada conjuntamente pela Embaixada Britânica em Montevidéu, a Câmara Uruguaia de Tecnologia da Informação (CUTI) e a Associação Rural do Uruguai (ARU), foi definida como "um sucesso" pelos organizadores. A idéia, originalmente proposta pela Embaixada Britânica, buscava reunir agricultura e tecnologia, já que são setores com grande potencial de crescimento. 

 

Pia Delisante, Oficial de Programas da Embaixada Britânica, disse que os desafios a serem resolvidos pelas equipes, relacionados à pecuária e aos predadores, melhorias no pastoreio, otimização da alimentação dos confinamentos e das culturas de grãos, foram levantados em conjunto com a ARU e o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca, que mostra interesse em resolver esses desafios. "É uma novidade que o governo está envolvido", comentou Delisante.

 

 

Por outro lado, a chefe de Exposições da ARU, Andrea Galeano, disse que procurava problemas existentes, que têm produtores de médio e grande porte. "Penso que a maioria dos projetos da hackathon terá de alguma forma um futuro, por causa de sua importância", previu ela.

 

Da CUTI, a busca pela transversalidade e disseminação da tecnologia em vários setores da atividade produtiva, foi o elemento que motivou a participação no encontro. O vice-presidente da Comissão de Mercados Globais da CUTI, Leonardo Loureiro, comentou que na agricultura uruguaia há tecnologia de ponta aplicada, e "embora às vezes se pense que ela é relegada, devemos divulgar os avanços".

 

A maratona da previdência social no horizonte

Leonardo Loureiro, da CUTI, confirmou o interesse do Ministério do Trabalho e Previdência Social em organizar, em conjunto com a Câmara, uma hackathon focada na solução das dificuldades da previdência social.

 

 

De acordo com Loureiro, em uma reunião realizada no escritório da CUTI, com a presença do Ministro Ernesto Murro, após avaliar a experiência da agro-hackathon por seu impacto, o ministro mostrou interesse em começar a organizar uma atividade similar em sua carteira num futuro próximo.

 

Fonte: O Observador

 

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