Essas pessoas são loucas. Um aplicativo de streaming que compete com Spotify?" foi o pensamento que Fernando Martinez, desenvolvedor do Big Cheese, disse ter tido quando Diego Mariani, gerente geral do MUS, o abordou com a idéia de projetar um aplicativo musical feito no Uruguai que priorizasse a música local e regional. A comparação não é caprichosa: Spotify tem mais de 100 milhões de usuários ativos mensais.
A idéia ficou clara desde o início: "Fazer um aplicativo com conteúdo uruguaio pelos uruguaios com ferramentas uruguaias", disse Martínez.
É simples de usar. Quando você entra - pelo menos na versão beta -, primeiro você tem que se registrar como usuário através de suas contas no Facebook, Twitter ou e-mail. O próximo passo é escolher as categorias musicais de preferência, de modo que o aplicativo sugira conteúdo. Quando você o faz, aparece um menu para selecionar músicas de "Uruguai" e "Internacional". Basta clicar sobre a imagem de uma música para começar a tocá-la.
Cada menu tem um ícone de três pontos. Quando você seleciona, o aplicativo vai para uma lista de "destaque", "lançamentos" e "artistas" onde você pode descobrir mais música. Há também uma opção de "Listas", onde você pode encontrar uma chamada "Vamos que vamos!" para torcer pela seleção uruguaia de futebol.
A versão beta do MUS inclui 45 "listas de reprodução recomendadas" que incluem categorias como "música infantil clássica", "música telenovela" e outras mais esperadas como "tropical uruguaia", "rock nacional" ou "cumbia pop". O aplicativo, naturalmente, dá ao usuário a possibilidade de criar suas próprias listas de reprodução e selecionar as faixas "favoritas".
A Estrada
O desenvolvimento das MUS não foi isento de desafios. Foi o que disseram Fernando Martínez e Sebastián Grattarola no Encontro Genexus 2016. Durante os meses de trabalho, eles conseguiram, por exemplo, reduzir o tempo de busca e transmissão de 6 a 12 segundos para uma questão de milissegundos. Durante o caminho, a idéia de criar um aplicativo para Windows Phone foi abandonada e a função de reprodução offline foi adiada para futuras atualizações.
Outra dificuldade foi que o provedor de streaming, 7digital, tem certos problemas técnicos para distinguir conteúdo nacional de conteúdo internacional - isto é, o diferencial do aplicativo -, de modo que as músicas uruguaias não aparecem bem posicionadas nas buscas. A equipe de desenvolvimento decidiu gerenciar o catálogo (composto de 20 milhões de músicas) e incorporar seus próprios algoritmos de busca. A expectativa é de que o problema seja 100% resolvido até o final do ano. "As plataformas de streaming internacional, por seu próprio conceito internacional, são muito limitadas e praticamente incapazes de interagir com o que acontece na indústria e na cultura local", disse Mariani.
O serviço premium MUS terá um custo e poderá ser pago na Abitab e ANTEL; os cartões de crédito serão adicionados posteriormente. Os artistas uruguaios serão cobrados pela reprodução de suas canções na plataforma, chegando a acordos de distribuição com gravadoras. Dependendo do plano de assinatura, a MUS pagará entre US$4.000 e US$8.000 por milhão de peças. Isso é "entre três e dez vezes mais do que as plataformas de streaming internacionais pagam", disse Mariani.
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Fonte: O Observador
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