Como você visualiza a indústria tecnológica no Uruguai?
A indústria de tecnologia do Uruguai está em um momento ideal para crescer exponencialmente, com exportações para mais de 52 países e acrescentando novos destinos a cada ano, por exemplo, na Ásia e na África. Já é uma indústria madura que se consolida em todas as áreas, desde a profissionalização da gestão empresarial, até a incorporação de áreas de Pesquisa e Desenvolvimento para a criação de novas soluções tecnológicas avançadas.
Quais são seus principais desafios que você percebe no setor?
Os principais desafios que enfrentamos são a criação da propriedade intelectual, que nos permite gerar economias de escala e o posicionamento internacional de nossa indústria para que as empresas possam crescer mais e mais.
Um dos problemas que as empresas do setor muitas vezes têm que enfrentar é a falta de talento. Como você acha que esta situação deve ser tratada a nível nacional?
Cuti trabalha há anos para aumentar a conscientização, para que os jovens possam ver as oportunidades de trabalho na indústria que está transformando o mundo. Ao mesmo tempo, trabalhamos lado a lado com a academia, explicando nossas necessidades para que eles tenham o treinamento mais apropriado em diferentes níveis.
Hoje precisamos de mais engenheiros, analistas, programadores, mas também de mais mestres e doutorados. Por outro lado, outras profissões como economistas, matemáticos, estatísticos, outros engenheiros, contadores, psicólogos, etc., são necessárias.
Também estamos trabalhando em um programa chamado Jacarandá, que estamos lançando junto com o Ministério da Indústria, Energia e Mineração (Miem) e Antel, para levar equipes de desenvolvimento a todo o país e alimentá-las com recursos locais, treinadas nas diferentes carreiras que já estão estabelecidas no interior do país.
O foco do programa Jóvenes a Programar é trazer mais talento para a indústria. Como está funcionando? Você vê uma mudança positiva na indústria?
Jóvenes a Programar (JaP) é um projeto do Plano Ceibal, o Cuti e o BID que busca começar a atrair talentos para o setor, é um primeiro passo para os jovens conhecerem como funcionam as empresas do setor. Agora estamos no processo de incorporação da primeira geração de graduados.
Com JaP percebeu-se que há muitos jovens interessados no setor e que é importante trabalhar em propostas atraentes para todos eles.
Além deste programa, Cuti com o apoio do Inefop começou este ano com B_IT, um projeto de treinamento 100% online no qual os estudantes têm cursos de treinamento para trabalhar na indústria.
Que projetos estão à sua frente em seu novo cargo de presidente?
Nesta nova diretriz que presido, propusemos concentrar nossos esforços na internacionalização. A indústria tem demonstrado sua vocação exportadora, no entanto, precisamos trabalhar para que mais empresas cheguem aos mercados internacionais e, aquelas que já estão lá, se consolidem e cresçam a taxas mais elevadas do que as atuais. Também em inovação, nossas empresas já estão trabalhando em Inteligência Artificial, Grandes Dados, Robótica, Genética, Realidade Virtual, Blockchain, entre outros, mas vemos que é importante estabelecer processos que permitam a criação de propriedade intelectual para então escalar para outros mercados.
Perfil:
Leonardo Loureiro
Ele é formado em Engenharia Informática pela Universidad de la República e possui MBA pela Universidad Católica del Uruguay. Além de presidir o Cuti, ele é Gerente de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Quanam e leciona na Universidad ORT Uruguai.
Fonte: El Gallito - El País
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