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As empresas uruguaias de TIC vão ao exterior em busca de pessoal

24/05/18

Um setor que só cresce estruturalmente devido à falta de Capital Humano
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O presidente da Câmara Uruguaia de Tecnologia da Informação, Leonardo Loureiro, disse a CRONICAS que se o Acordo de Livre Comércio com o país transandino for aprovado, o setor que ele representa não sofrerá grandes mudanças, mas, de qualquer forma, ele ressaltou a importância de qualquer ação para impulsionar o ambiente empresarial, especialmente considerando que 60% das exportações vão para os Estados Unidos.

 

O acordo de Livre Comércio (TLC) entre nosso país e o Chile será discutido novamente no Plenário da Frente Ampla, aguardando uma possível aprovação, contra a qual tantas vozes se levantaram, como a favor, mas para a área de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) o futuro das mesmas, revelaria um resultado neutro.

 

No entanto, para o presidente da Câmara Uruguaia de Tecnologia da Informação (CUTI), Leonardo Loureiro, qualquer abertura comercial que o Uruguai tenha é positiva para o setor, no entendimento de que ela energiza o ambiente empresarial, proporcionando mais oportunidades para comercializar tecnologia, como ele disse em entrevista ao CRONICAS.

 

Mesmo assim, ele disse que os negócios entre o Chile e o Uruguai continuarão a ser conduzidos normalmente. "O que já temos como país por si só, permite que os chilenos se estabeleçam aqui". Se eles não o fizeram, é porque entenderam que não é o mercado", disse ele. Ele disse que embora exista uma empresa transandina em nosso país, ela é uma empresa de alta expansão internacional consolidada.

 

Atualmente, o Chile está no nono lugar dos mercados para os quais esta indústria exporta, representando 2% do total das exportações. O líder da Câmara explicou que o Chile tem mais capital humano, bem como um ambiente de negócios mais dinâmico e aberto, portanto, as empresas uruguaias encontram mais benefícios para se estabelecerem no país transandino do que para trabalharem no Uruguai. "Há várias empresas uruguaias trabalhando no Chile, mas elas são apenas 5%", acrescentou ele.

 

O setor das TIC continua a crescer, mas de forma estrutural, sem nenhuma implicação de uma mudança substancial. As empresas uruguaias, se não encontrarem um recurso em nosso país, partem para novos destinos para buscá-los, ressaltou Loureiro.

 

Enquanto isso, 60% das exportações do setor vão para o mercado americano. Após a posse de Donald Trump e as políticas protecionistas levadas a cabo pelo presidente, a indústria de tecnologia uruguaia começou a se concentrar em outras regiões. Neste sentido, vale lembrar que o TLC é parte de uma possível estratégia de ligação entre o Uruguai e a Aliança do Pacífico, que inclui México, Peru, Colômbia e Chile.

 

Deste grupo, o México é uma das nações que gera mais interesse à CUTI, dado o ambiente de negócios que motivou a câmara a realizar uma missão empresarial a este país no segundo semestre do ano. O Peru não é deixado para trás porque nos últimos anos tem sido um dos países que mais cresceu no consumo de tecnologia. Entre 1% e 2% das exportações vão para lá todos os anos. "Para nós também é importante. Neste sentido, durante o trabalho de diversificação, a CUTI é positiva no fato de que outros mercados também estão crescendo. "No ano passado, realizamos uma missão à Argentina e, no início deste ano, fizemo-lo à China".

 

Uma indústria sem pessoas

 

De acordo com um estudo interno da Câmara, o setor necessita na ordem de 1.300 a 2.500 novas pessoas no setor nos próximos anos. No entanto, a cada ano cerca de 760 jovens se formam em carreiras diretamente relacionadas a esta indústria. Isto é, mesmo na melhor das hipóteses, onde todos eles foram incorporados em empresas relacionadas, continuariam a precisar entre 540 e 1.740 pessoas.

 

Para Loureiro, a grande questão é como convencer as novas gerações de que trabalhar na indústria das TIC é atraente e permite o desenvolvimento das pessoas, tanto técnica como humanamente. "Temos trabalhado em tudo isso, através de um processo de sensibilização", admitiu, ao mesmo tempo em que disse que acha que este é o caminho certo a seguir. Embora ele tenha dito que todo o apoio que implica em gerar ambientes positivos é bem-vindo, ele apontou que não é a coisa certa para promover políticas públicas, já que "não se pode forçar as pessoas a estudar engenharia".

 

A Câmara está implementando projetos de treinamento em conjunto com o Instituto Nacional de Emprego e Treinamento Empresarial e o Plano Ceibal, e a partir de ontem quinta-feira tem o programa Jacarandá, que busca a instalação de equipamentos em todo o país, para trabalhar do Uruguai para o mundo. Além disso, eles já estão planejando promover mais ações como esta, disse Loureiro. "Se queremos crescer e queremos dar mais trabalho, há sempre algo novo a fazer".

 

Mais tecnologia nos negócios

 

O Uruguai ocupa o primeiro lugar na região em termos de desenvolvimento das TIC. Entretanto, um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID- aponta um atraso na adoção de tecnologias nas empresas uruguaias em comparação com outros países da América Latina e do Caribe. Diante disso, Loureiro advertiu que da CUTI sempre houve um forte relacionamento com o resto das indústrias, onde eles enfatizam a importância de as demais empresas se tornarem empresas digitais. "Estamos trabalhando com as várias câmaras de negócios para fazer um processo de conscientização e que as empresas comecem a investir em tecnologia", disse ele.

 

 

 

 

Fonte: Crónicas

Por Anahí Acevedo

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