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"Queremos mais empresas de serviços tecnológicos uruguaios no mundo".

12/01/17

A CUTI implementa estratégias para o desenvolvimento comercial do setor e trabalha com ênfase na internacionalização, principalmente através de um "acelerador" de empresas e missões comerciais em todo o mundo.
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A internacionalização é uma das questões que tem sido abordada pela Câmara Uruguaia de Tecnologia da Informação (CUTI) há uma década através de suas diferentes diretrizes. Na atual presidência, foi decidido dar um forte impulso a este aspecto, que é central para as empresas do setor. A CUTI tem entre suas principais missões a promoção do desenvolvimento sustentável do setor, a dinamização dos mercados, a facilitação do crescimento e da globalização das empresas e a ênfase no desenvolvimento dos recursos humanos e da responsabilidade social.

 

"Toda vez que uma nova diretoria toma posse, as decisões são tomadas. Atualmente existe uma comissão que trabalha especificamente no tema da internacionalização com duas linhas de ação definidas: aumento das exportações e missões para mercados-chave", explicou o engenheiro de computação Leonardo Loureiro, vice-presidente de Mercados Globais da CUTI.

 

Para conseguir um aumento das exportações, a estratégia definida pela CUTI é trabalhar nos mercados externos e para isso foram definidas ações específicas com base em dados tangíveis e visando os principais destinos de exportação do Uruguai. "Em tudo relacionado às atividades promocionais, definimos focar nos Estados Unidos", acrescentou Leonardo Loureiro.

 

A CUTI implementa um conjunto de atividades para trabalhar no mercado internacional e especificamente com os Estados Unidos, dada a importância do mercado norte-americano. "Queremos aumentar a presença de empresas uruguaias naquele país", disse ele. Para isso, a Câmara trabalha com empresas de diferentes tamanhos e características. "Escolhemos eventos para participar que podem ser atraentes para as empresas que fazem parte da CUTI". Trabalhamos juntos porque isso nos permite dar-lhe mais poder", explicou Loureiro.

 

Há empresas do setor cujas atividades são orientadas para o mercado empresarial, tanto uruguaio quanto de destino. Entre esses eventos, destaca-se a renomada feira Tech Crunch Disrupt, que reúne expositores representando empresas do pólo tecnológico do Vale do Silício e da região de São Francisco. No ano passado, os desenvolvedores de software uruguaios participaram pela primeira vez, compartilhando experiências com colegas de todo o mundo.

 

"As empresas que vão a esta feira têm o apoio do Uruguai XXI e existem diferentes atividades para que exponham seus trabalhos e lá, como em outro evento que acontece em Orlando, são geradas redes de negócios com outras empresas tanto nos Estados Unidos como no resto do mundo", acrescentou ele.

 

Loureiro também observou que em 2011 a empresa Bantotal, dedicada ao desenvolvimento de software para instituições financeiras, participou com grande sucesso nessa instância. A empresa, com sede no Uruguai, está 100% focada em gerar, implementar e manter soluções fáceis de usar e, ao mesmo tempo, permitir melhorar e aumentar os negócios de todos os tipos de instituições financeiras.

 

Para o Uruguai, é um valor agregado que seus profissionais tenham melhor tempo de resposta e adaptabilidade aos problemas levantados do que outros países.

 

 

 

 

 

Missões ao redor do mundo

Leonardo Loureiro, vice-presidente de Mercados Globais da CUTI, destacou que um conjunto de ações está sendo planejado para ser executado em 2017. Neste sentido, foi definido retomar as missões específicas de cerca de 15 empresas que têm um certo nível de maturidade para realizar atividades específicas nos Estados Unidos e também analisa com o governo a possibilidade de realizar viagens em grupos maiores para os destinos mais importantes para o setor. 

 

"Estamos olhando para os lugares que visitaremos nos Estados Unidos onde o Presidente Tabaré Vázquez e alguns ministros certamente nos acompanharão para posicionar a Marca do País", disse Loureiro.

 

Em 2016, a diretoria da CUTI acompanhou a viagem presidencial aos Estados Unidos e à China. "Estamos claros que o foco está no solo dos EUA, mas não deixamos de participar de atividades em outros países", acrescentou ele.

 

A CUTI também definiu como positiva a retomada das missões na Argentina. "Um país que devido a sua situação econômica e política estava simplesmente sendo vendido por algumas empresas numa base ad hoc, mas agora vemos que há uma mudança importante que nos permite abrir o mercado".

 

Além dos destinos acima mencionados, a Câmara apóia as empresas associadas em missões comerciais multissetoriais ou aquelas que são mais específicas. "Tanto a nível nacional como internacional, realizamos muitas atividades junto ao governo. O Uruguai XXI é uma agência estatal chave em tudo relacionado à promoção. Trabalhamos com eles há muito tempo, algo que felizmente também aconteceu com os governos anteriores".

 

Todas essas ações também buscam um melhor posicionamento do setor e com isso o Estado demonstra, ao fazer parte das missões, um apoio institucional, um apoio como país e uma indústria séria. "Clientes potenciais de empresas associadas à CUTI estão interessados em ter informações sobre o país com o qual estabelecerão uma relação de longo prazo se tiverem um fornecedor no Uruguai. É lógico que eles querem conhecer as características e garantias oferecidas pelo país, assim como o cumprimento das normas legais ou se as empresas são auditadas. No mundo dos negócios, isto é muito importante", disse Loureiro.

 

A CUTI também procura atrair capital estrangeiro para o Uruguai em paralelo com as missões que visam promover a indústria local. "É importante que as grandes empresas do setor se instalem aqui por causa das repercussões que isso provoca".

 

Estados Unidos

As vendas externas do setor de TIC alcançam uma média de 300 milhões de dólares por ano e os Estados Unidos aparecem entre os 10 principais destinos das exportações uruguaias na última década. Para esse destino vão 40% das vendas das empresas de tecnologia e o Uruguai está fazendo uma forte presença como marca nos Estados Unidos e as ações organizadas pela CUTI e Uruguai XXI visam continuar posicionando o país como fornecedor e promotor de investimentos.

 

A CUTI estabeleceu como meta realizar ações em direção a este destino porque é onde o setor tem mais impacto. "Temos muitas empresas que realizam trabalhos que vão desde a venda de serviços específicos de desenvolvimento até a consultoria". Há muitas soluções que são usadas tanto nos Estados Unidos quanto no Uruguai e que as pessoas não sabem que são criações locais", disse Leonardo Loureiro. Ele explicou que isto acontece em áreas como o processamento de soluções de comércio eletrônico, com programas apoiados por uma plataforma que pode ser internacional, mas implementada por uma empresa uruguaia. Há também produtos nacionais que estão inseridos em algo mais global. "Há empresas locais que trabalham em inteligência artificial, como é o caso da Tryolabs, cujos produtos são utilizados internacionalmente", disse Loureiro.

 

Ele acrescentou que também há empresas que desenvolvem programas ou produtos finais para empresas sediadas nos Estados Unidos. "O espectro é muito variado e algo em que os americanos estão muito interessados é que no Uruguai lidamos com o mesmo fuso horário e que temos um bom tempo de resposta e adaptabilidade ao problema em comparação com os profissionais de outros países. Nesses aspectos, temos um grande valor agregado". Ele observou que a CUTI tem, além do foco nos Estados Unidos, planos para continuar trabalhando com empresas que estão pensando em alcançar outros mercados.

 

"Estamos claros que o foco está nos Estados Unidos (destino de 40% das exportações do setor), mas não deixamos de participar de atividades em outros países".

 

Acelerador de negócios

O Comitê de Mercados Globais da CUTI definiu a criação de um acelerador de negócios com base na importância do setor para o Uruguai. A indústria de serviços tecnológicos é altamente valorizada e traz para o país benefícios de mais de US$ 200 milhões em exportações e 12.000 empregos, registrando uma taxa de desemprego zero.

 

"Queremos que haja um acelerador de negócios nacional, que poderia ser administrado pela CUTI ou por terceiros, mas isso tem que acontecer", disse Loureiro.

 

O objetivo é criar uma organização que apóie financeiramente novos empreendimentos, sejam eles projetos internos de empresas ou spin-offs, ou seja, uma unidade de negócios de uma grande empresa que queira se desenvolver como algo novo. "A aceleração destes tipos de empreendimentos envolve apoio financeiro, treinamento e atividades comerciais para ajudá-los a crescer de pequenas para grandes empresas".

 

Os projetos serão selecionados duas vezes por ano, em março e agosto, após um processo de candidatura. Um máximo de 10 a 15 propostas será escolhido para um mentor de 6 meses que envolverá atividades de coaching. Também serão estabelecidos contatos com investidores acionários para levar a empresa ou projeto a um estágio mais avançado do que o iniciado. A CUTI está atualmente trabalhando internacionalmente e analisando fontes de financiamento para estabelecer o acelerador, como com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outras organizações interessadas neste tipo de atividades. 

 

"É necessário criar uma espécie de ecossistema para realizar um acelerador de negócios", disse Loureiro.

 

Fonte: Revista Somos Uruguay l dezembro 2016

 

 

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