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Dia Mundial da Ciber-segurança

30/11/18

Como protegemos nossas informações no Ciberespaço enquanto permanecemos parte dele?
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Hoje marca uma nova data para o Dia Mundial da Ciber-segurança. Além de ser apenas mais um dia, podemos nos permitir refletir um pouco sobre o assunto.

A cibersegurança é muitas vezes um conceito bastante abstrato para a maioria de nós e, como resultado, muitas vezes é relegada para segundo plano, sem que lhe seja dada a importância que merece.

Hoje, as tecnologias da informação nos invadiram totalmente e como coletivo global não sabemos como lidar com seus efeitos e conseqüências. Tudo está conectado, tudo pode ser gerenciado remotamente, as quantidades de informação geradas e tratadas são exorbitantes e, como resultado, o mundo foi transformado em uma gigantesca rede de dispositivos eletrônicos que falam uns com os outros, em muitos casos, com seres humanos como meros espectadores.

No início eram computadores; mas eram controlados, trancados em laboratórios de alta tecnologia, administrados apenas por uma elite de técnicos e cientistas, que os utilizavam para fins acadêmicos, militares e de pesquisa. Mas isso não durou muito; logo depois, o uso de computadores se espalhou para a esfera comercial, e gradualmente eles invadiram diferentes áreas. Até que duas coisas aconteceram que mudariam nossos destinos: o computador pessoal apareceu e algum tempo depois, o uso da Internet se generalizou. Fundamentalmente este último foi o ponto de inflexão; a Internet é o agente aglutinante, através do qual conseguimos esta hiper-conectividade permanente entre os dispositivos de computador e também muitas das coisas que usamos todos os dias.

Ao mesmo tempo, a Internet atua como uma lupa gigantesca para tudo o que fazíamos antes de existir. Nossas capacidades cresceram enormemente; é possível lidar com quantidades extraordinárias de dados em tempos ridiculamente curtos; a velocidade com que as notícias viajam cresceu para torná-las quase instantâneas em muitos casos; as buscas por informações sobre qualquer assunto são triviais, a comunicação é instantânea independentemente de onde as partes estão, é possível fazer coisas remotamente que antes exigiam presença física, e assim poderíamos continuar nomeando capacidades maiores. É como se nossas mãos, olhos e ouvidos tivessem crescido para alcançar todo o planeta e, além disso, como se nossos cérebros tivessem uma capacidade infinita de memorizar, deduzir e processar informações.

Agora, até este ponto, temos falado apenas de ferramentas. A Internet, os sistemas de informação e tudo mais que está interligado são ferramentas, tanto quanto um martelo ou uma pá. Portanto, não podemos atribuir-lhes características do bem ou do mal. É o seu uso que pode ser bom ou ruim.

Na verdade, entre as capacidades acrescidas que estas ferramentas nos dão, está a capacidade de roubar à distância, poder acessar contas bancárias e transferir dinheiro, ou documentos classificados e conhecer segredos, é enganar e defraudar através de e-mails, ou seqüestrar sistemas e dados e depois pedir resgate, e como estes, tantos outros. E tudo, remotamente e com a proteção conferida pelo anonimato.

Nada é novo; estudar, trabalhar, comunicar, roubar, burlar, seqüestrar. Nós, seres humanos, realizamos todas estas atividades desde tempos imemoriais. É que há algum tempo temos super-poderes, se compararmos nossas capacidades atuais com as que tínhamos até 20 ou 30 anos atrás, e em muitos casos muito menos.

No meio de tudo isso, surge o conceito de ciberespaço. Com múltiplas definições, e há muito associadas à ficção científica, uma que parece geralmente aceita, é a que a define como o conjunto de dispositivos e coisas interconectadas, os sistemas que funcionam sobre elas, as comunicações que as ligam e os serviços fornecidos e os processos que funcionam a partir de sua disponibilidade. Claramente, ela surge da união entre o processamento automático digital de dados e as telecomunicações.

Hoje, muito mais do que os computadores convencionais compõem este universo; muitos objetos do cotidiano foram modificados para dar-lhes capacidades diferentes (muitas vezes desnecessárias) de processamento e comunicação de informações.

De eletrodomésticos a carros, brinquedos, câmeras de segurança e vários outros dispositivos domésticos, hoje muitos desses objetos têm uma presença "ativa" na Internet. Tudo isso, sem considerar o elemento que talvez tenha maior impacto quando se pensa em crescimento explosivo e questões de segurança: os telefones celulares.

Com capacidades computacionais superiores em muitos casos aos grandes computadores de algumas décadas atrás, os smartphones colocaram nas mãos de cada um de nós um ponto de acesso à grande rede de redes. Destes, temos capacidades semelhantes às que poderíamos ter de um computador convencional, com a conveniência da portabilidade em um formato de bolso.

Isto só complicou ainda mais um cenário que já era bastante complicado em si mesmo, em termos de riscos para a informação de organizações e indivíduos que estão integrados a ele.

Embora existam outras razões, a capacidade de ganhar dinheiro facilmente e em enormes quantidades para uma escala individual é o principal motor por trás dos problemas de segurança da informação que somos e continuaremos a enfrentar.

A segurança cibernética é sobre como protegemos nossas informações no ciberespaço, enquanto permanecemos parte dele. A tecnologia é um componente muito importante quando se trata de defesas, mas por si só não é suficiente. Lembre-se de que é uma ferramenta, uma ferramenta muito poderosa, mas uma ferramenta não obstante.

Somos nós, seres humanos, os responsáveis por utilizá-la adequadamente e, assim, nos defendermos daqueles que a utilizam para abusar de nossos direitos como cidadãos do mundo.

 

 

Autor: Hugo Köncke

Gerente de Consultoria em Segurança Uruguai

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