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Uruguai Tecnológico: a proposta de Cuti ao Presidente

20/11/20

A Câmara Uruguaia de Tecnologia da Informação conversou com o Presidente Luis Lacalle Pou e apresentou uma série de propostas para posicionar o Uruguai como um país tecnológico.
Tempo de leitura: 3 atas

O Presidente da Cuti, Eng. Leonardo Loureiro, e os membros do Conselho realizaram na última quarta-feira, 2 de setembro, uma reunião na Torre Executiva com o Presidente da República, Luis Lacalle Pou, e o Ministro da Indústria, Omar Paganini.

Foi uma reunião na qual trocaram propostas destinadas a promover o Uruguai Tecnológico a partir de diferentes áreas.

Do Uruguai para o mundo

Como mostra a última pesquisa anual da Cuti, os Estados Unidos são o principal destino das exportações do setor. A reunião discutiu a importância deste mercado e o interesse em fortalecer o posicionamento do Uruguai como um parceiro comercial estratégico naquele país.

Para fortalecer a presença do setor nos Estados Unidos, foi proposto ao Presidente da República liderar uma missão setorial em 2021 para a Costa Leste daquele país. Da mesma forma, também foi mencionada a valorização positiva da existência de um Consulado naquela região, com foco na tecnologia. A atividade realizada por Ignacio González, Cônsul do Uruguai em São Francisco, é avaliada positivamente; e reforça a relevância de promover o setor a partir das missões diplomáticas, constituindo-se também como promotores do Uruguai Tecnológico.

A necessidade de tratados de dupla tributação foi uma das questões levantadas pelo Ministro Omar Paganini, para a qual foi apontado o diálogo que está sendo realizado com o Ministério das Relações Exteriores e o Uruguai XXI a respeito desta questão. Em particular, o mercado brasileiro, outro país de foco para a indústria, que ao aplicar retenções muito altas não é atraente para nosso setor, mas ter um acordo de serviços pode ter um alto impacto sobre as exportações não só de nosso setor, mas também de serviços globais. Além disso, existe uma assimetria, já que o Uruguai aplica metade das retenções às empresas brasileiras. O Presidente Luis Lacalle Pou expressou sua disposição de administrar estas questões diretamente com o governo brasileiro.

O Uruguai como centro de acesso ao mercado latino-americano, bem como "caixa de areia" para testar certas tecnologias, foram outros tópicos discutidos na reunião, que da Cuti são considerados de interesse, não só para atrair investimentos, mas também para o posicionamento do Uruguai tecnológico.

O talento como pilar fundamental

Cuti apontou a demanda insatisfeita por talentos no setor, que é estimada em cerca de 2.500 pessoas em todos os níveis. Sendo o talento um recurso básico para o desenvolvimento da indústria, foi destacada a necessidade de atrair e treinar mais pessoas em TI, para o qual foi proposta a expansão e atualização da oferta educacional, visando uma maior inserção no interior do país e incorporando o pensamento computacional e a programação como disciplinas dentro do currículo educacional desde uma idade precoce.

Neste sentido, foi feita referência à reunião realizada dias antes com as autoridades do CODICEN, UTU e CES, destacando o trabalho realizado no Plano de Desenvolvimento apresentado pela ANEP, que inclui conceitos como alfabetização digital, entendida não como a gestão de computadores ou programas que os habitam, mas como habilidades necessárias para o mundo digital de hoje.

Ao mesmo tempo, foi enfatizada a importância de os jovens na educação pública terem as mesmas oportunidades e adquirirem os mesmos conhecimentos que são ensinados na educação privada, evitando uma divisão digital a este respeito.

Para uma maior participação das mulheres na TI

Ligada à necessidade de talento no setor no Uruguai, a desigualdade de gênero existente também foi destacada, como conseqüência de as mulheres não escolherem carreiras relacionadas à STEM.

Neste sentido, foi destacada a atividade desenvolvida pela Mesa Redonda Interinstitucional da Mulher em Ciência, Inovação e Tecnologia (MIMCIT), composta por mais de 20 representantes de organizações, agências e instituições do Uruguai que trabalham em áreas relacionadas ao desenvolvimento científico, tecnológico e/ou inovação na educação, produção, pesquisa e desenho e gestão de políticas públicas com enfoque de gênero. Seu objetivo é gerar conhecimento, recomendações e ações para a construção de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero nas áreas acima mencionadas ligadas à ciência, inovação e tecnologia.

Atualmente, a MIMCIT não está ativa e dada a relevância do trabalho que realiza, foi levantada a necessidade de sua reativação.

Doação de software

Devido ao nível do PIB do Uruguai, em 2019 nosso país deixou de ser um país receptor para ser um país doador. Neste marco, foi proposta ao Governo a geração de mecanismos para a doação de software desenvolvido para o Estado, a terceiros países. É entendida como uma ferramenta que permitirá um certo dinamismo. Como referência, foi apontada a experiência com o sistema aduaneiro "Lucía", doado ao Governo da Costa Rica e implementado pela empresa uruguaia que o desenvolveu.

A proposta foi recebida e Lacalle Pou propôs uma via direta através da Presidência da República para identificar casos concretos para este fim.

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